terça-feira, 30 de novembro de 2010

Das recordações e do Caqui.

O que podemos concluir da saudade? A essência da palavra é bem clara: memórias ou recordações de pessoas que convivemos ou que admiramos; de fatos; de locais ou até a de objetos pelo qual tínhamos apreço; No que tange o lado humano, claro que é um sentimento experimentado entre pessoas que estão distantes ou que ficam muito tempo sem se ver.


Qual de nós não foi pego de surpresa ao sentir um cheiro de determinado perfume que de imediato proporcionou uma viagem ao passado que deveria estar conosco até hoje? E sentir sabores de uma época que trazem excelentes recordações?

- Saudade é irmã gêmea da lembrança, e irmã bastarda da solidão...

- No meu caso, tenho alguns ‘detalhes’ que não passam despercebidos nunca. Halls de cereja; Os perfumes Polo, Dimitri, Absinto, Vezzo. Uma Mousse de chocolate me lembra algo que talvez seja um dos mais importantes eventos gastrônomicos que já vivi. E olhe que cheiro de comida é o alarme certo para se ter saudade. A infãncia era ornada pelos cheiros e seus sabores que saiam da cozinha (sobretudo casa de avós). Bebidas também me trazem grandes lembranças, todavia, prefiro esquecer essa parte etílica por uma questão de princípios a zelar... O pós-cachaça nunca era como eu esperava, e a cabeça parecia o invólucro do badalar do sino da Catedral... Músicas então, não nominarei já que não caberia no post. Sem esquecer que até um determinado xampu me lembra momentos inesquecíveis... Mas voltemos ao texto:

Conheço determinada pessoa que bastava ver um caqui (fruto) ou sentir seu cheiro que começava a chorar. Se provasse então, desaguava rios de lágrimas (não digo seu nome por nada neste mundo). Na verdade, essas lembranças causadas por tudo que nos remete ao passado, nada mais são que a falta das pessoas que passaram por nossa vida, cada uma com seu jeito especial... Como as que chegam e nos dão proteção apenas com o olhar. Sua presença nos dá garantia e segurança, nos faz sentirmos tão bem perto delas que basta saber que ela encontra-se ali, ao alcance dos olhos, que o coração e a alma, acalmam. Outras destas pessoas das quais sentimos ou sentiremos saudades são as que nos dizem a palavra certa na hora em que tudo parece errado, e é essa a palavra que tanto havíamos buscado, mas sempre é necessário alguém assoprá-la ao nosso ouvido.

Não esqueçamos daquelas que mesmo distantes nos passam uma energia inexplicável, podem estar a milhares de quilômetros, mas ao aparecer em nossa tela são mágicas. E um simples “Olá” já faz sorrir nosso coração... faz lembrar até uma citação de uma poesia (ou seria poema) de Miguel Falabella (que também não sei se é o autor), que cita: “Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã”,

A saudade que sentimos de alguém que viaja em busca de seus sonhos, realizações, conquistas e anseios é uma dor latente, mas coberta de carinho, pois sabemos que a partida se faz necessária para o engrandecimento e seu progresso. Para essas, torcer que sejam felizes e que colham a vitória com o sabor mais esperado e desejado. E tem o lado bom: teremos um canto para visitar na primeira hora possível. Claro, que de preferência ela não se mude para o Alasca, já seria de grande ajuda.

A saudade por mais dura que possa parecer nos fornece outras sensações e ocorrências. Ela nos faz ter certeza que para a amizade, o amor, o carinho e a consideração, não há e não haverá nunca, limites ou empecilhos para gostar de quem merece a reciprocidade de nossos sentimentos, sejam eles na intensidade que for, na medida em que for, na maneira que for.

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Sou o que me convém ser...

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