segunda-feira, 30 de julho de 2007

A Casa da Rua - VII Capítulo

Capítulo inédito do dia 20/07 que não foi publicado em razão do Pan Rio 2007. Atendendo aos apelos de nossos 19 leitores, a cúpula do blog publica e informa que ainda essa semana será postado o capítulo do dia 27/07.


O fato hoje narrado neste capítulo, conta às peripécias de um Cancão sobrinho do velho Maneca, que para que eu não seja processado, chamarei de Arara. Certa feita, ele – o Cancão Arara – em companhia de um dos filhos, e de seu primo Edinaldo Royal Label, também acompanhado de seu filho, que neste caso chamarei de Belizário Cavalcanti, resolveram viajar para visitar um tio de ambos que em função de ser gerente do Banco do Brasil (naquela época era status), estava lotado em Cachoeiro de São Felix.
Após percorrer o sertão e agreste nordestino em 600 km de estrada entre Petrolina e a Bahia, chegamos a “Meca" da Macumba Brasileira – Cachoeiro de São Felix. Abraços, Alegria. Emoção. O reencontro do velho caçula tio com seus sobrinhos fora de fato muito pitoresco. Esse tio Gerente era chegado e muito em águas que passarinhos não bebem. Saiu do Banco antes do expediente encerrar, pois iria mostrar os atrativos turísticos daquela simpática cercania baiana. É óbvio que o atrativo resumiu-se a uma aconchegante mesa de um restaurante às margens do Rio Paraguaçu, pois o trio não queria ponto turístico algum, e sim, entornar o precioso líquido. Os dois filhos adolescentes, secos por carros, ganharam as chaves de um GM Comodoro zerinho para passear entre as ruas históricas. Por si só, já valeu a viagem para os dois barbeiros mirins, tendo em vista que ambos eram crianças que amavam dirigir. As horas passam. Os dois meninos voltam ao bar e buscam seus familiares mais velhos, que por sinal não queriam sair de lá. Depois de muita luta, o quinteto volta pra casa entre tombos e tropeços. Caem em sono profundo nas diversas dependências da casa, um sobrado secular de longos vãos no estilo barroco. Amanhece o novo dia, e os meninos acordam com um barulho do Cancão Arara a procurar algo que havia perdido na noite anterior, bem como de edinaldo Royal Label chamando desesperadamente por Hugo. O tio Adais já havia seguido para abrir a agência. Eis o diálogo:
- Pai, o que procuras? Perguntou o ararinha filho.
- Um negócio ai. Respondeu o Arara Pai.
- Mas Pai - retruca o filho, são 4 e 30 da madrugada, deixe-me dormir.
- O pai fala: Filho, eu acho que perdi a chapa (perereca, peça, dentadura) e se não encontrar não sairei de casa.
Em seguida, todos saem a caça desse bendita dentadura e em canto algum encontramos. Fomos inclusive ao bar e vasculhamos tudo, das mesas ao banheiro e nem sinal da mordedura cancania. Todavia, ao voltarmos à casa de Tio Adais, a empregada já aguardava com lauto desjejum repleto de iguarias baianas.
Enquanto todos tomavam café, a empregada foi arrumar o quintal da casa, inclusive e dar banho no cachorro - um poodle inglês - que lá residia. Entretanto, o cãozinho não queria sair da casinha sob hipótese alguma, e a empregada nos chama para levantarmos a casinha de madeira onde o canino se escondera. Para nossa surpresa, o que prendia o cão naquele ambiente era algo assustador: Lá estava ela, sorrindo. Já ostentava a falta de um molar, mas gargalhava solenemente para todos: A Dentadura.
Usaram vassoura pro cachorro soltar a bendita. Ofereceram ração. Utilizaram psicologia canina e nada dele soltar a bicha. Então, de posse de um balde d'água, o cachorro saltou longe (tipo cascão) e a dentadura voltou à posse de seu legítimo dono cancão.

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Sou o que me convém ser...

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