sexta-feira, 6 de julho de 2007

A casa Da Rua - V Capítulo.

O Bolo e as Flores.

Era uma tarde amena da primavera sertaneja. No dia anterior, Tia Evanira ainda convalescendo de um tratamento rigoroso contra o câncer, havia expressado o desejo de comer uma fatia (várias fatias) do bolo de laranja que sua sobrinha-filha Silvete sabia fazer muito bem.



Silvete, solícita como sempre, promete a tia que na próxima tarde levaria um bolo fresquinho de laranja que só ela sabe preparar.
Entretanto, a luta entre Tia Evanira e a doença era desigual, e após o meio-dia daquela tarde, Deus levou titia – com passagem só de ida – e deixou toda família estupefata e chorosa...
Infelizmente, em 1995 as telecomunicações ainda não eram privatizadas, o que implica em dizer que telefonia fixa em casa era inexistente; orelhão era inútil, e quem morava nos bairros mais afastados, só recebiam notícia via rádio, telegrama, ou porventura, alguém que tivesse celular e estivesse perto da residência é que poderiam informar.

Nenhuma das hipóteses se aplicou a Silvete e seu marido Titio Ivonaldo... Ela fez o almoço da família, preparou com esmero o bolo de tia Vanira e seguira em direção a Maison Lurí, com aquele bolo ainda quente e apetitoso no colo, a bordo do fuscanaldo – o fusca de titio Ivonaldo – em desembestada carreira... Ao adentrar à Rua Raposo Tavares, Silvete avista o rabecão da funerária na frente da casa de titia, bem como vários outros carros prenunciando que o pior aconteceu.
Antes de Titio Ivonaldo parar o fusca, veveta pula do carro.
- Silvete me espere, se acalme. Disse titio.
- Não amor, Titia vanira não. Gritava em prantos Silvete...
A área cheia, a sala repleta de familiares, Pilba com o modesto nariz parecendo uma graviola de tanto chorar e veveta 29/30 29/30 29/30 berrava:
- Titia mulé, meu bolo, seu bolo, eu trouxe o bolo, num morra sem comer o bolo...
(na certa, Silvete achou que era Jesus ordenando Lázaro a ressucitar)
Mas já era tarde. Das Dores - serviçal da Maison Lurí, recebe o bolo de veveta e põe na cozinha, enquanto Edinaldo Maisssssssssssssssssss e sua filha Kalyne estão vestindo o corpo da amada Vanira.
Veveta chorava copiosamente agarrada as mãos imóveis de Titia, enquanto Kalyne adornava as últimas flores no esquife. Flores, rosas, ervas, perfumes e Silvete Chorava...
Kalyne, sem palavras para consolar Silvete, pega as mãos de veveta e diz:
- Veveta, como titia está linda... Veveta veja que lírios belos, que rosas salmon lindíssimas, e foi Papai quem comprou!
Silvete, perneta sim, mas muda não, fulminando Kalyne com o olhar 78 cancôal dispara:
- Kalyne, soca as flores no C#!!!!!!!

Em tempo: O bolo. Ah, o bolo? Pilba comeu acompanhado de um litro de suco de (advinham de quê) maracujá!

4 comentários:

Unknown disse...

Essa foi realmente muito boa, não canso de rir mesmo viu, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
história verídica retirada de fatos reais...

Unknown disse...

Sem comentários... Essa uma grande virtude desta família; tirar de momentos tão dolorosos, sorrisos e gargalhadas. Tem também a do momento fúnebre do Patriarca - o Velho Maneca, caro autor, favor postar.

Tijuca disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Fico imaginando essa cena, minha mãe mandando Kalyne enfiar as flores no C#!
kkkkkkkkkkkkkkkkk

Esse primo lembra de tudo..
Realmente não podia faltar essa.

Tom disse...

Galego,
Eu que conheço essa galera toda, sei bem em que ritmo todas essas coisas aconteceram! Vcs são 10!
Aliás, 1000!

Sou o que me convém ser...

Sou o que me convém ser...