segunda-feira, 23 de abril de 2007

"Eu sei que o amor é bom demais, mas dói demais sentir..."

O amor é um ato de fé. E quem tem pouca fé, também terá pouco amor.
Engraçado isso. O amor é algo que por mais fujamos dele, mais ele nos espreita. E qualquer vacilo nosso será motivo plausível para ele agir. E quando não estamos propensos a amar? Por que isso também acontece... Todos vivem isso. Qual ser humano em sã consciência permite ser amado sem amar? Muito pouco. E por pouco tempo.
O amor é a sensação mais aterrorizante que existe. Ele sabe que nada será como antes depois de sua chegada, e nem sempre amamos quem deveríamos. E o ser humano, diante da volubilidade da espécie, acha que o amor só ocorre uma vez. Ledo engano.
Cada amor na vida – um amor particular - acontece por muitas luas, e nós, pobres mortais, sempre entregamos o coração a quem não devemos ou até devemos. O problema é o final... Esses finais são de lascar. Ninguém sai de uma relação inteiro. Leva-se um pedaço nosso. Deixam outra metade inerte.
Depois de infindáveis amores, fiquei vacinado ao amor. Ele nutre meus dias quando presente, e quando ausente, impõe rigorosa dieta. Falar nisso me lembra de uma obra de Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro, que segue:

Tudo que esperei de um grande amor, Era só juramento, Que o primeiro vento carregou...Outra vez tentei, mas pouco durou, Era um golpe de sorte, Que um vento mais forte derrubou.E assim de quando em quando...Eu fui amando mais...Passei por ventos brandos...Passei por temporais...Agora estou num cais, Onde há uma eterna calmaria.E eu não agüento mais, Viver em paz sem companhia...

Então, de posse do conhecimento necessário (ou não) ao tema, posso ser categórico ao afirmar: por mais aterrorizante que eu tenha explicitado antes, não consigo viver sem ele. Sou movido ao amor. Nele encontro as respostas e os silêncios que necessito. E se estou fugindo dele agora é pra ganhar tempo. Tempo esse imprescindível para a minha própria felicidade.


"Eu sei que o amor é bom demais, mas dói demais sentir..."
(Pessoa. Composição: Dalto e Cláudio Rabello)

Um comentário:

Tom disse...

Amar é a melhor coisa do mundo... a gente que dificulta, briga, tem ciúme, reclama,chora e esperneia... Tido isso é anti-amor.
São os inimigos vorazes desse sentimento tão belo e puro que só nós, seres humanos, somos capazes de traduzir em gestos, atitudes e palavras.
Te amo, galêgo!
Boa semana,
Tom

Sou o que me convém ser...

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