Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)
O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas, olhando para a direita e para a esquerda, e de vez em quando olhando para trás...E o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes eu tinha visto, e eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num mal-me-quer, Porque o vejo. Mas não penso nele porque pensar é não compreender ... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, porque quem ama nunca sabe o que ama nem sabe por que ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, É a única inocência não pensar...
Um comentário:
Sabia que ia gostar!!!!
Postar um comentário