domingo, 12 de agosto de 2007

A Cerca...

Era uma vez um menino com temperamento muito forte. Seu pai deu-lhe um saco de pregos, dizendo-lhe que cada vez que ele ficasse furioso, pregasse um prego na cerca do fundo da casa. No primeiro dia o garoto pregou 37 pregos, mas gradualmente ele foi se acalmando. Descobriu que era mais fácil "segurar" seu temperamento do que pregar os pregos na cerca. Finalmente chegou o dia em que o garoto não se enfureceu nenhuma vez. Contou ao pai o que havia sucedido e pai sugeriu-lhe que, de agora em diante por cada dia que conseguisse segurar seu temperamento retirasse um dos 37 pregos. Passou-se o tempo e o garoto finalmente pode dizer ao pai que tinha retirado todos os pregos. O pai tomou o filho pela mão e levou-o até a cerca dizendo-lhe:- Você fez muito bem meu filho, mas a cerca nunca mais será a mesma. Quando você diz coisas quando está furioso, elas deixam uma cicatriz assim como as marcas da cerca. Você pode fincar e retirar uma faca em um homem. Não importa quantas vezes você possa dizer; "desculpe", a ferida mesmo assim permanecerá. Uma ferida verbal é tão ruim quanto uma ferida física.
Com esse texto que recebi em 1998, pude reavaliar o quanto somos feridos e ferimos. Somos magoados e magoamos. Pedimos desculpas e também desculpamos. Todavia, mesmo a reconciliação com toda sua benevolência, jamais apaga as marcas dos ferimentos que causamos. A aspereza das palavras penetra como aguda lâmina na alma, percorrendo toda carne até o âmago de cada um daqueles que ofendemos. Talvez com gestos até é possível sanar uma falha, porém, após a palavra lançada recheada de acidez e desprezo, quebramos uma espécie de redoma invisível que adorna cada um de nós, uma espécie de vaso. Depois disso, nem adianta juntar e colar os pedaços e fragmentos ora existentes. Podemos até colá-los com esmero, mais aquele "vaso" chamado amizade, nunca mais será o mesmo. Bom Domingo.

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Sou o que me convém ser...

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