quarta-feira, 16 de maio de 2012

Receio que o tempo voe...

Tempo. Implacável senhor dos destinos. Não falo em destinos individuais, e sim do coletivo, do todo. Observo  que embora existam ações para salvar animais, para encontrar desaparecidos, para se indignar com a violência, falta por completo uma reflexão criteriosa de quem nos representa... E, mesmo sendo fiel conhecedor de onde parte a mudança, encaro com perplexidade a apatia da sociedade em fazer a mudança acontecer. Em cobrar os nossos plenos direitos. Em exigir o simples, o básico, o obrigatório: Respeito ao cidadão.

Continuamos a ver o Brasil agir como o Estado patriarcal, mantenedor e resolvedor. 
Ora, a nação não é senhora de nossos destinos. É exatamente o contrário. 
Cabe ao cidadão exigir a mudança, exigir as reformas, exigir seus direitos. Não adianta que uma pequena parcela conheça e viva o conhecimento e a cultura, quando a maioria esmagadora da população agora, depois de décadas, descobriu que pode trocar a  geladeira, o colchão, o fogão...  
Como vamos esperar dessa maciça maioria discernimento se ainda endeusam políticos das mais sórdidas espécimes porque lhe cedem alguns litros d'água logo ali, após a espinha dorsal da BR 232?

O que vou esperar de uma juventude precoce para o sexo, para as drogas, para a violência, para o consumismo, se as novas famílias entregam à escola a função de educar e de socializar seu filho, sobrecarregando a função educacional com deveres que sequer constam na grade curricular?

Para formamos uma civilização de bem, é preciso que a família eduque o básico, dê o essencial e estimule a formação do caráter. O conjunto de ações deve partir do lar para escola e da escola para o desenvolvimento. Não dá para esperar de alguém que urra thuthucas, popozudas, ais se eu te pego e outra infinidades de melodias, que vão da pornografia a violência sexual contra a mulher, da pedofilia a descriminação em apenas uma estrofe, que se escolha corretamente os gestores de novo Brasil que vai surgir.

Nota do autor:
Exatamente no dia em que a Comissão da Verdade começa a funcionar - que me deixa feliz pela derrubada das interrogações jamais respondidas e ao mesmo tempo muito medo pelo que sofreremos ao sabê-las - já que antes, quando eu lia sobre revolução, passeava em minha mente as cenas descritas em livros de história ou capas de jornais antigos, me surge e me aflige mais uma questão: Antes era o terror da ditadura que ocorria logo ali, na nossa esquina. Agora e mais uma vez, embaixo de nossos narizes e diante de nossos olhos uma nova revolução começou: A do mal gosto e do desrespeito ao ser humano, que em 20 ou 30 anos, comandará os passos políticos e sociais do Brasil.



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