sábado, 31 de março de 2007

São dois pra lá, dois pra cá...

01 - É muito bom entender de mídia, e a vitarella tem um jingle que reforça essa tese.
02 - Pior que ver e não fazer nada, é ter que sonhar com isso.

03 - Cadê meu avião?

04 - Passar muito tempo longe da cerva, causa embebedamento precoce.
05 - Onde foi parar o meu amor?
06 - T é um objetivo. J é um erro!

sexta-feira, 30 de março de 2007

FDS FDS FDS


Para um Fim de Semana melhor, citemos Shakespeare:


"Depois de algum tempo você aprende a diferença...
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar..."

William Shakespeare

quinta-feira, 29 de março de 2007

Os erros que se repetem...

'Difícil...dificílimo... uma porta, é isso, uma porta!'

Todos nós temos o direito de errar... Faz parte da convivência e até da conveniência humana que os erros existam e sirvam de aprendizado. Porém, se tem uma coisa que me incomoda é ver os erros dos outros. Tudo bem, sei que vocês devem questionar e até pensar alto: "cuida da trava do teu olho", e de fato eu deveria cuidar da minha vida. Só tem um porém: Sou cuidadoso e atencioso com meus amigos. Fico preocupado quando vejo que estão caminhando rumo ao fundo e, por mais que eu queira (As vezes eles não querem) eu não posso fazer nada. Então eu posso. Eu faço. E já que telefonemas não são válidos, tampouco gritos de atenção, lanço mão das palavras. E isso tem um caminho a seguir. Que siga. E não deixe recados.

Ah, já tem AR net?

quarta-feira, 28 de março de 2007

O que falar

Engraçado, quantas vezes nós sobrevivemos as mais diversas decepções não é?
E olhe que elas nunca vem sozinhas, já que trazem consigo um festival de sabores - amargos e ácidos - e por muitas vezes, o tempo passa e coloca o que restou na gaveta do esquecimento. Porém, vez ou outra ao abrirmos essa gavetinha maldita para guardar as recentes decepções, tal um brinquedo de mola, as amargas recordações saltam em forte ímpeto. E como eu não sou besta, dou-lhe um safanão e ordeno que volte ao cantinho esquerdo do móvel. E só saia de lá para desintegrar-se ao vento. Maktub!!!!!

terça-feira, 27 de março de 2007

O que será saber ouvir...


OUVIR
No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro! Responde o aluno.
- Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem em tripudiar sobre os erros dos alunos.
- Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala - ordena o professor a seu auxiliar.
- E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.
O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o "Barão de Itararé".
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins "nós temos". "Nós " temos quatro: dois meus e dois teus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.

Moral da história:

"A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento"
Precisamos aprender a ouvir!!

sábado, 24 de março de 2007

O Muito é Pouco ou o Pouco é Muito...

(enviado pelo Brother Alan Olivier)

Pouco
"Ser é a coisa mais difícil do mundo,
E são poucos que realmente conseguem.
O maior erro de todos é pensar que
Para ser é preciso ter, pois não é.
Podemos ser muito, mesmo tendo pouco.
O pouco que temos pode ser muito quando
Não almejamos ser muito através disso.
Às vezes temos muito, mas só existimos.
Ser é viver, mas viver de verdade.
Ser é ver, no fim de todas as coisas,
Que tudo que você fez valeu a pena,
E estaria pronto para viver outra vez."
(Davi Drummond)

Um tempo sem tempo...


Passei 03 dias sem ter nem um minuto de folga com tanto trabalho a fazer... Mas, plágio pode ser usado em definições, então, como diria meu amigo Homero - Escrever (tem dias) dá o mesmo prazer que a troca de um garrafão de água de 20 litros - e estava sem o mínimo de vontade de fazê-lo!

Prometo encher de pérolas nos próximos dias.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Tem 2 destinos...T&J

SOSSEGA CORAÇÃO
Sossega, coração! Não desesperes! Talvez um dia, para além dos dias, Encontres o que queres porque o queres. Então, livre de falsas nostalgias, Atingirás a perfeição de seres. Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo! Pobre esperança a de existir somente! Como quem passa a mão pelo cabelo e em si mesmo se sente diferente, Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega, coração, contudo! Dorme! O sossego não quer razão nem causa. Quer só a noite plácida e enorme. A grande, universal, solene pausa antes que tudo em tudo se transforme. Sossega coração e adormeça.
(Fernando Pessoa)

A violência impera em Pernambuco - O Iraque é aqui!

E menos de 24 horas mais de 10 mortos na Região Metropolitana de Pernambuco. Nesses dados constam mais de 3 mulheres assassinadas. Não sei o motivo de não sair nas manchetes internacionais esses bárbaros números. No Iraque, qualquer chacina é contabilizada com mais de 4 vítimas. E lá - em plena guerra - são casos alternados em dias. Aqui, a divisão é mais trágica: Acontecem em horas...
As mulheres são mortas com requintes de crueldade. Os jovens vão de encontro às drogas e a morte vem a reboque...

"A Violência Travestida Fez Seu Trottoir"
No ar que se respira, nos gestos mais banais. Em regras, mandamentos, julgamentos, tribunais. Na vitória do mais forte, na derrota dos iguais, a violência travestida faz seu trottoir.
Na procura doentia de qualquer prazer. Na arquitetura metafisica das catedrais. Nas arquibancadas, nas cadeiras, nas gerais... a violência travestida faz seu trottoir. Na maioria silenciosa, orgulhosa de não ter, vontade de gritar, nada pra dizer, a violência travestida faz seu trottoir, nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal.
A violência travestida faz seu trottoir, em anúncios luminosos, lâminas de barbear. Armas de brinquedo, medo de brincar, a violência travestida faz seu trottoir. No vídeo, idiotice intergalácticana mídia, na moda, nas farmácias. No quarto de dormir, na sala de jantar, a morte anda tão viva, a vida anda pra trás. É a livre iniciativa, igualdade aos desiguais, na hora de dormir, na sala de estar, a violência travestida faz seu trottoir.
Uma bala perdida, encontra alguém perdido, encontra abrigo num corpo que passa por ali, e estraga tudo, enterra tudo, pá de cal, enterra todos na vala comum de um discurso liberal.
A violência travestida faz seu trottoir, em anúncios luminosos, lâminas de barbear. Armas de brinquedo, medo de brincar, a violência travestida faz seu trottoir. A violência travestida faz seu trottoir, em anúncios luminosos, lâminas de barbear. Armas de brinquedo, medo de brincar, a violência travestida faz seu trottoir.
... A vida quando acaba, cabe em qualquer lugar. E a violência travestida faz seu trottoir...não se renda às evidências, não se prenda à primeira impressão, eles dizem com ternura:"o que vale é a intenção"e te dão um cheque sem fundos, do fundo do coração, no ar que se respira, nessa total falta de ar, a violência travestida faz seu trottoir, em armas de brinquedo, medo de brincar, em anúncios luminosos, lâminas de barbear, nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal...a violência travestida faz seu trottoir...a violência travestida faz seu trottoir...a violência travestida faz seu trottoir...a violência travestida faz seu trottoir...

terça-feira, 20 de março de 2007

O que restou dos amores vividos...

Amar faz bem. E muito. Mas confessa, quem de nós nunca se viu debruçado sobre as inúmeras coisas que escrevemos, doamos ou recebemos enquanto amados? De vez em quando, quase que no acaso, abrimos um arquivo e zap!!!! Estamos diante daqueles e-mails enormes, cheios de declaração de amor. Cartões então nem se fala. E ainda, o cúmulo do 'abestalhamento' que é zelar por flores secas, papéis de bombom, guardanapos com declarações explosivas daquele jantar que invarialvelmente terminou no motel? Nossa, quanta coisa teimamos em guardar não é? Coisas que servem apenas para provar que quando apaixonados ficamos RÍDICULOS. Sim, rídiculos assumidos diga-se de passagem. Qual seria o tema para tal postura senão sermos rídiculos. Tenho certeza que o poeta (Fernando Pessoa - Álvaro de Campos) sabia com conhecimento de causa o que criara quando escrevera Cartas De Amor...
O ser humano é chegado nessas pieguices. Basta amar que a síndrome do breguismo o invade. Que coisa!

Em tempo: Contrariando até o poeta de saudosa memória - EU SOU RÍDICULO - embora não esteja amando esse ano. Ainda! Ah, não por falta de opções!

segunda-feira, 19 de março de 2007

Vamos matar o tempo - antes que ele me consuma...

Dicionário Brasileiro de Prazos (DBP)

Para evitar que pessoas incautas fiquem "pegando injustamente no nosso pé", está-se compilando o Dicionário Brasileiro de Prazos (DBP), que já deveria estar pronto, mas já-já estará pronto. Do qual, foram extraídos os trechos a seguir:
DEPENDE - Envolve a conjunção de várias incógnitas, todas desfavoráveis. Em situações anormais, pode até significar sim, embora até hoje tal fenômeno só tenha sido registrado em testes teóricos de laboratório. O mais comum é que signifique diversos pretextos para dizer não.
JÁ-JÁ - Aos incautos, pode dar a impressão de ser duas vezes mais rápido do que já. Ledo engano; é muito mais lento. Faço já significa "passou a ser minha primeira prioridade", enquanto "faço já-já" quer dizer apenas "assim que eu terminar de ler meu jornal, prometo que vou pensar a respeito."
LOGO LOGO - é bem mais tempo do que "dentro em breve" e muito mais do que "daqui a pouco". É tão indeterminado que pode até levar séculos. Logo chegaremos a outras galáxias, por exemplo. É preciso também tomar cuidado com a frase "Mas, logo eu?", que quer dizer "tô fora!".
MÊS QUE VEM - Parece coisa de primeiro grau, mas ainda tem estrangeiro que não entendeu. Existem só três tipos de meses: aquele em que estamos agora, os que já passaram e os que ainda estão por vir. Portanto, todos os meses, do próximo até o Apocalipse, são meses que vêm!
NO MÁXIMO- Essa é fácil: quer dizer no mínimo. Exemplo: Entrego em meia hora, no máximo. Significa que a única certeza é de que a coisa não será entregue antes de meia hora.
PODE DEIXAR - Traduz-se como nunca.
POR VOLTA - Similar a no máximo. É uma medida de tempo dilatada, em que o limite inferior é claro, mas o superior é totalmente indefinido. Por volta das 5h quer dizer a partir das 5 h.
SEM FALTA - É uma expressão que só se usa depois do terceiro atraso. Porque depois do primeiro atraso, deve-se dizer "fique tranqüilo que amanhã eu entrego." E depois do segundo atraso, "relaxa, amanhã estará em sua mesa. Só aí é que vem o amanhã, sem falta".
UM MINUTINHO - É um período de tempo incerto e não sabido, que nada tem a ver com um intervalo de 60 segundos e raramente dura menos que 5 minutos.
TÁ SAINDO - Ou seja: vai demorar... E muito. Não adianta bufar. Os dois verbos juntos indicam tempo contínuo. Não entendeu? É para continuar a esperar? Capisce! Understood? Comprendez-vous? Sacou? Mas, não esquenta que já tá saindo...
VEJA BEM - É o day after do depende. Significa "viu como pressionar não adianta?" É utilizado da seguinte maneira: "Mas você não prometeu os cálculos para hoje?" Resposta: "Veja bem..." Se dito neste tom, após a frase "não vou mais tolerar atrasos, OK?", exprime dó e piedade por tamanha ignorância sobre nossa cultura.
ZÁS-TRÁS - Palavra em moda até uns 50 anos atrás e que significava ligeireza no cumprimento de uma tarefa, com total eficiência. Por isso mesmo, caiu em desuso e foi abolida do dicionário.
(Autor desconhecido e profundo conhecedor da cultura brasileira)

sexta-feira, 16 de março de 2007

Educação por Cristovan

Texto enviado pelo meu brother Kleber Plínio... e é a pura e indelével verdade!

"Precisamos deixar de ser surdos aos gritos do povo nas esquinas ou no campo. Compreender o que dizem as crianças, pedindo esmolas na esquina, driblando carros, no horário em que deveriam estar na escola. Dentro de nossos carros, passamos por essas crianças tão insensíveis quanto uma pessoa surda ao lado de alguém aos gritos. Não ouvimos e não entendemos a fome, a insegurança e o medo frente às ameaças da rua, da noite, do dia seguinte, do futuro imprevisível. Não escutamos o grito que mostra o triste futuro de uma Nação impassível frente às necessidades de suas crianças.Não tomamos conhecimento dos berros de quase 2 milhões de crianças brasileiras em idade escolar que sequer entraram na escola; ou de milhões de outras crianças que serão matriculadas mais para fugir da fome, comendo merenda do que para sair da ignorância aprendendo letras. Não percebemos que o futuro do País está gritando, nossa surdez matando o destino de todo o País.Somos todos portadores de uma triste e profunda deficiência auditiva diante das necessidades dos pobres.Passamos por corpos dormindo nas calçadas sem ouvir a injustiça que eles gritam. Somos incapazes de perceber a fome daqueles corpos na imobilidade das noites de frio, o desespero da falta de uma casa, a falta de perspectiva. Não vemos o desperdício de futuro por falta de investimento nas pessoas. Não reagimos ante os gritos assustadores das pessoas que chegam aos hospitais sem leitos para parentes doentes. Somos surdos para mães e pais barrados nas portas dos hospitais, com os filhos nos braços, sabendo que atrás da porta há condições de salvar-lhes a vida.De dentro dos carros fechados, com o ar-condicionado ligado, não ouvimos o que dizem os olhos e os corpos de homens e mulheres que esperam o ônibus com horário imprevisível, enquanto seus filhos esperam trancados em casa. Não ouvimos o que dizem os olhos analfabetos, querendo adivinhar o trajeto do ônibus, ou o endereço dos anúncios de emprego, ou o nome do remédio que lhe prescreveram. Não ouvimos o estômago dos que não têm o que comer. Porque somos surdos para os problemas da pobreza.Precisamos aprender a língua de sinais dos corpos, dos olhos, das mãos dos pobres. Nossa surdez se chama insensibilidade, incapacidade de sentir indignação. Somos surdos para os problemas dos que nada têm. Se isso é imperdoável para os indivíduos, é ainda mais para as pessoas que têm obrigação de governar o Brasil, do Executivo, Legislativo e Judiciário. Essas três Casas precisam imediatamente de aulas dessa outra língua brasileira de sinais. Sem isso, e se continuarmos não ouvindo os gritos que vêm do futuro do Brasil, destruiremos uma nação inteira".

quinta-feira, 15 de março de 2007

Ausência de Valores...

Tentando entender a violência que hj impera em nossa cidade, conversei com um Policial Militar dia desses, e fiquei intrigado como uma resposta que o mesmo proferiu. Ao perguntar o que estava acontecendo com a banalização da violência, bem como o alarmante e desenfreado índice de crimes no nosso lugar, ele prontamente respondeu:

- Ausência de valores.

Ora, mas não cabe ao Estado prover a segurança e garantir o bem estar institucional?

- Sim, esse papel é desenvolvido pelo Estado, respondeu o policial. Porém, continuou, a ausência de valores é quem corrompe toda e qualquer estrutura de segurança que hoje é aplicado pelo aparelho público. As famílias estão desintegradas. A religião, através de seus pilares, erra em não unir fé e realidade. A justiça continua lenta. A corrupção impera nas altas esferas, e por sua vez, o cidadão comum, sente-se a mercê do acaso.

Depois ouvir o nobre agente público, tive a convicção que agora o que resta a sociedade é à assunçao ao problema em sí. Não fará efeito trancar-se em grades e muros, se pela janela veremos as mazelas cada vez mais gritantes. É preciso que façamos nossa parte. E isso é imperioso e urgente. Tem que ser agora!

quarta-feira, 14 de março de 2007

Dá um tempo malandragem!




“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (Ruy Barbosa, 1921)

Vamos aos fatos: Não sou um poço de virtudes, nem pretendo ser. Entretanto, o que assistimos diuturnamente é que - sobretudo no Brasil - ser honesto parece ser sinônimo de ser abestalhado. Ser correto parece assumir uma postura alienígena. Lógico que tento ser um humano de bem 24 horas por dia, mas vejo cada cena, cada episódio... ver que as forças antagônicas triunfam sempre - e são louvadas por tal - sentir que a maldade cresce, floresce, multiplica-se. Confesso que chego a a ter saudades do Malandro Histórico, aquele 171 que garantia a cerveja e o torresminho em pequenos golpes. É um pena!

terça-feira, 13 de março de 2007

Mico não..... chipanzé.

Sempre fui um tanto desnorteado pra algumas coisas, e esse pequeno detalhe me gerou uma pré-disposição pra pagar mico. Aliás, king-kong! Vamos aos fatos: Certa feita, estava eu olhando um carro numa concessinária em Recife - Meira Lins - e achei que os carros de lá não estavam a minha altura (R$R$R$)... Dois dias depois, estava eu no ORKUT, e uma das pessoas orkutianas em comum fazia aniversário, fato este que me fez deixar uma mensagem. Tratava-se uma colega de adolequencia por quem nutro um carinho fraternal. No outro dia, como de praxe, a pessoa aniversariante responde agradecendo minha lembrança, dizendo inclusive, que tinha me visto há alguns dias saindo de uma loja de carros. Eu, como sempre, faço a tréplica dizendo:
- Menina, se eu soubesse que você estava lá teria pedido um desconto (!!!)
Eis que ela me responde que tb estava lá, mas olhando um carro para ela...
- isso foi o mico junior - O king Kong vem agora: A minha amiguinha de fato estava lá, porém ela é Procuradora Federal (eu confundindo com vendedora de carros) ou seja "OTORIDADE" e o burro aqui falando besteira via orkut, eu bem que podia ter dormido sem essa (pra variar sou loiro né)...
MORAL DA HISTÓRIA:
Quem mandou esse baiano não estudar com afinco? Vou ficar na Orla e tomando cachaça com Candice e Cia, pra virar Cargo Comissionado!

Retrato de uma noite estranha...

Ando devagar porque já tive pressa, E levo esse sorriso, porque já chorei demais...
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe, eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei...
Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs.
É preciso o amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir. Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha, e ir tocando em frente... Como um velho boiadeiro levando a boiada, eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou, Estrada eu sou...
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, Um dia a gente chega, no outro vai embora.
Cada um de nós compõe a sua história, E cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, De ser feliz... Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais...
Tocando em Frente (Renato Teixeira/Almir Sater)

segunda-feira, 12 de março de 2007

Recife e Olinda. É festa.

Estamos vivenciando o aniversário de duas senhoras cidades, ou seriam cidades senhoras? Deixemos pra lá as perguntas tolas. O que importa é que hoje é festa. Eu, um baiano pernambucano metido a besta, vez ou outra me sinto no rincão natal, nos meus grotões pátrios. Petrolina e Juazeiro parecem muito com os formatos de Recife e Olinda. Penso eu que são clones da criação de algum purtuga ou Galego. Recife cosmopolita, voltada ao trabalho e geração de riquezas, imitada solenemente por Petrolina... Olinda, contemporânea, rica culturalmente multicultural, e de bem com a vida, tal qual o município baiano de Juazeiro...


Voltando ao tema, as aniversariantes merecem ser festejadas, pena que as mazelas sociais condenam o que de melhor as duas cidades possuem. Muita criança em sinal, muito bandido nas ruas, muita pobreza, muita violência... Contudo – penso eu – em breve um cristão terá a coragem de resolver isso. Gostaria muito de assistir Olinda e Recife plenamente curados e livres do abismo social que tanto as afligem, nos afligem... Não seria pedir demais apenas que acabassem com a pobreza? Nada mais justo afinal a pobreza é mãe da violência e madrinha da desigualdade.
Festejemos e façamos uma reflexão ao mesmo tempo!

sexta-feira, 9 de março de 2007

Deixar de ser criança ou não!

O tempo é engraçado. Ele nos força a mudar, a assumir responsabilidades, e além disso, criar parâmetros de convivência nem sempre agradáveis. Todavia, somos induzidos a aceitar suas determinações com uma possibilidade chamada livre arbítrio. De cada um depende a iniciativa de tornar-se adulto ou envelhecer. No meu caso, acredito que é mais viável atingir a fase adulta sem sufocar a criança que fomos. E faço disso um modo constante de vida. Aliás, fico triste ao ver que muitos dos que eram meus amigos na infância, viverem atualmente envelhecidos por dentro e por fora, coisa que passa longe de minha realidade. Vivi tudo que me foi permitido, e guardo com muita saudade e tenacidade aquilo que aprendi quando criança e hoje aplico nas mudanças obrigatórias inseridas na minha vida contemporânea. Então segue um conselho: Que a ternura de nossa infância seja perene. Que o riso fácil e a doçura dos gestos de menino sejam constantes em nossas relações, de tal modo, que a vida e o nosso cotidiano seja pintado, visto e revisto plenamente e cada vez mais sereno, pois temos sim como enfrentar o tempo e dele tornar-se aliado. Jamais ser contra ele!
BOM FDS!

quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia Internacional Da Mulher...

...O Dia Internacional da Mulher foi criado em homenagem a 129 operárias que morreram queimadas numa ação da polícia para conter uma manifestação numa fábrica de tecidos. Essas mulheres estavam pedindo a diminuição da jornada de trabalho de 14 para 10 horas por dia e o direito à licença-maternidade. Isso aconteceu em 8 de março de 1857, em Nova Iorque, nos Estados Unidos...
Pernambuco, 2006 a 2007. Elas são espancadas, violentadas, estupradas, mortas... Elas são humilhadas, sub empregadas, tratadas pelos seus maridos, filhos, pais, como sub gente, sobretudo nas camadas sociais mais pobres... são prostitutas, seja da rua do Sol sob o escaldante calor do dia, ou na avenida conselheiro Aguiar, sob a mira da violência e a mercê do direito à vida...Mas elas são fortes. São grandes e são numerosas. E elas fazem a diferença. Elas são a diferença.
Elas batalham, lutam diuturnamente pela conquista de seus espaços. Brigam, cobram, sonham... Vivem intensamente. São encontradas sempre ocupando posições honrosas. Médicas, professoras, cientistas, políticas, faxineiras, domésticas, motoristas, policiais, MÃES... mulheres. Essas mulheres...
Desejar que esse dia seja todo seu é hipocrisia. Seria necessário que a história fosse toda sua, pois só vocês entendem o que é viver intensamente, e a vocês devemos os sorrisos e as lágrimas. As vitórias e conquistas. A vocês devemos a VIDA!

quarta-feira, 7 de março de 2007

Ou feia ou bonita, ninguém acredita, na vida real...






Estava eu assistindo ao BBB 7. Confesso que já foi mais interessante esse programinha. Porém, analisando o perfil dos participantes, posso afirmar que naquela redoma existem dois grupos: Os burros e os Inteligentes. Nos burros, destacarei o Burro Mor...Sim, ele é tão burro que chega a doer só vendo. O tal do Alberto arma suas estratégias manipulando o Airton (esse outro jegue) e algumas daquelas alpinistas de samambaia. O problema é que nessa sua mania de perseguição, de querer detonar o Alemão (inteligentíssimo), Alberto vai seguindo serelepe para o abismo - ...abismo que cavastes com teus próprios pés... (O mundo é um moinho – Cartola) – sem direito a perdão. Não que eu queira julgar a postura individual dos participantes, tampouco, exaltar a nobreza (inteligência de jogador - repito) do Alemão. O fato é que jogar limpo ainda é a maior estratégia, seja na vida real, ou na utópica sensação de liderança que esse programa cria entre os membros. Se formos buscar quais desses participantes das 6 anteriores versões do programa tiveram destaque pós BBB, veremos que apenas Grazi Massafera é quem conseguiu – por mérito próprio – se manter na mídia e moldar um futuro promissor. Para que isso acontecesse com ela, bastou lançar mão de uma única estratégia: Do começo ao fim do programa ela foi ela mesma. Insossa, sem graça, leiga total... só não passou despercebida graças a sua beleza caipira, que mistura Chico bento com Claudia Shiffer e Brigitte Bardot... Contudo, além de ser aproveitada em programas globais, ela foi consagrada excelente iniciante já no primeiro papel na última novela das 8.
Sem sombra de dúvidas, depois de faxineiras, coveiros e frentistas, esse BBB 7 não deixará saudades, mas, enquanto estiver no ar, nos resta torcer para que as forças antagônicas sejam eliminadas. Uma a Uma.

terça-feira, 6 de março de 2007

Reflexão sobre Julgamentos...



Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo Negro. Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira.

Os amigos disseram ao velho:

- Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado!

E o velho respondeu:

- Calma, não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira. O resto é julgamento de vocês. As pessoas riram do velho.

Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou. Ele havia fugido para a floresta. E não apenas isso; ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo. Novamente as pessoas se reuniram e disseram:

- Velho, você tinha razão... Não era mesmo uma desgraça, e sim uma bênção.

E o velho disse:

- Vocês estão se precipitando de novo. Quem pode dizer se é uma bênção ou não? Apenas digam que o cavalo está de volta...

O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar:

- E não é que você tinha razão, velho? Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas.

E o velho disse:

- Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein? Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe ainda se isso éuma desgraça ou uma bênção...

Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho. E os que foram pra guerra, morreram ...

Quem é obcecado por julgar, cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação, o que o levará a conclusões precipitadas.
Farei desse último parágrafo um leme a mais na condução de meus atos. Melhor. façamos todos a mesma coisa. Ficará mais fácil nossa vida se seguirmos isso.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Cerveja e Fritas.



Eu não sei porque o bendito do ser humano teima em fazer certas combinações. Cerveja X fritas: Uma delas que não combinam. Afinal, você resolve comemorar a tarde do sábado regado a Ivetes Geladas com seus amigos. Ouvindo sucessos do carnaval que insistem em sobreviver as saias elétricas, aviões elétricos, e outra infinidades de bandas que agora dão o ar de sua graça pré-juninas. Pois bem, nessa fatídica tarde estava noblat sobradus que vos escreve acompanhado de Léa Mezenga, Thiago Survive e Dadhá Sufrimentu, todo esse grupo animado curtindo a tarde amena, quando nos foi oferecido essa maravilhosa combinação. Só que os leigos ébrios esqueceram de tomar as melodiosas pílulas do amor que todo cachaçeiro que se preza deve consumir (ENGOV). E a tragédia aconteceu. Lá pelas tantas, depois de uma grade inteira, os discursos estavam afiados, os olhares sem foco, as pernas trópegas, e outras cositas mais...

Só que o DJ não soubera disso e resolve tocar uma daquelas baladas jussáricas que mexe com o ámago de Thiago Survive, que por sua vez resolve fazer um show particular.

Na manhã do domingo, todos sofrem de uma dor de cabeça crônica, indisposição gastro-intestinal e a velha resaca moral. Ao questionarmos o motivo de tamanha tragédia saúde-social, alguém sai com essa pérola:

"Deve ter sido a batatinha frita..."

Resumindo - É sempre a culpa é do que se come, jamais do que se bebe.

sexta-feira, 2 de março de 2007

O Homem é um ser político...


Desde a tenra infância, todo ser humano é um ser político. Já na alfabetização, a política está inserida em nossas vidas, tendo em vista que o pequeno infante já barganhava a merenda escolar – por muitas vezes com métodos pouco recomendáveis – com o (a) coleguinha de sala. Tudo isso acontecendo sob os olhares atenciosos da tia (professora) que nos acompanhava. Todavia, com o crescimento físico-social, fomos avançando as séries, e criando laços interpessoais que são os fatores que moldam parte de nosso caráter. Eis que alcançamos a adoloequência, fase tão esperada por nós, e tão odiada pelos nossos pais. Nessa fase, alguns seres humanos já têm definidos, quais papéis irão assumir diante do palco político do ambiente a qual pertence. No meu caso, essa fase foi dividida por espaços geográficos urbanos, pois cresci ao lado de uma família que respirava política – Família Coelho – e alterna o poder até os dias atuais. Pois bem, estava eu no 1º ano científico, regularmente matriculado no Colégio Objetivo, pedi transferência para um Centro Interescolar Estadual (Otacílio Nunes). Por tratar-se de escola pública, o Otacílio possuía as mesmas deficiências que hoje imperam em boa parte das escolas, e naqueles dias, por lá se realizava a gincana escolar, onde vários grupos se formavam visando à vitória. Por estar chegando de escola particular eu já não era bem visto pela maioria dos alunos, porém, como já havia morado no bairro, conquistei alguns amigos que também estudavam no recinto. Comecei a me excitar com a idéia de participar, pois eu queria ajudar a escola que era referência de ensino. Por muitas vezes, fui hostilizado por alguns membros das equipes já registradas, sendo taxado de filhinho de papai e coisas do tipo. Mas não me acanhei. No ímpeto cancão que nutro, decidi, acompanhado de 4 amigos, a formar uma equipe e concorrer na bendita gincana. Ah, pra quê eu inventei isso. Foi bronca de todo o tamanho. Os alunos começaram a sair das equipes já existentes e ir para a nossa, e a antipatia que alguns sentiam começou a ganhar proporções gigantescas. Eis que competição começa. Na primeira semana, minha equipe – Pégasus - embora a mais estilizada e bem aparelhada, perdia feio, sem conseguir superar as concorrentes. A nossa única chance estava na parte de redação, já que tínhamos uma equipe coesa e a ajuda de professores amigos de minha mãe (que também era professora da Rede estadual). Porém, as outras equipes eram do PC do B e do PT, quadros que possuíam pessoas altamente qualificadas. Era uma pedreira só. Faltando 2 eventos para declarar o vencedor, eis que surge a tarefa que daria 50% dos pontos que consagrariam o vencedor: Promover meios para beneficiar a escola no âmbito físico estrutural. As equipes adversárias correram no comércio local e conseguiram tijolos, areia, cimento, ou seja, material para reforma e construção de um jardim pequeno. Porém, eu tinha uma carta na manga. Nessa época, o prefeito era uma pessoa que tinha laços estreitos comigo, e bastou uma ligação e tudo mudou. Consegui uma máquina pesada para limpar 2000 metros quadrados da escola, 100 mudas de árvores e mão de obra para a escola. Resultado: ganhamos a gincana, tornamos nossa equipe a mais popular do Otacílio, fizemos um jornal semanal, e de quebra, ganhamos a antipatia de dois partidos políticos, pois eles ainda tentaram descaracterizar as melhorias físicas conseguidas, como abuso de poder econômico e ainda tráfico de influência. Diante disso tive a certeza que quem tem amigos – consegue tudo...

quinta-feira, 1 de março de 2007

Geni e o zepelim...

"Não sou freira nem sou puta - Rita Lee"




De tudo que é nego torto, Do mangue e do cais do porto, Ela já foi namorada.

O seu corpo é dos errantes, Dos cegos, dos retirantes, É de quem não tem mais nada.

Dá-se assim desde menina, Na garagem, na cantina,
Atrás do tanque, no mato... É a rainha dos detentos,
Das loucas, dos lazarentos, Dos moleques do internato.
E também vai amiúde, Co'os velhinhos sem saúde, E as viúvas sem porvir. Ela é um poço de bondade, E é por isso que a cidade, Vive sempre a repetir:

Joga pedra na Geni - Joga pedra na Geni -
Ela é feita pra apanhar - Ela é boa de cuspir... Ela dá pra qualquer um, Maldita Geni.

Um dia surgiu, brilhante, Entre as nuvens, flutuante, Um enorme zepelim. Pairou sobre os edifícios, Abriu dois mil orifícios, Com dois mil canhões assim. A cidade apavorada, Se quedou paralisada, Pronta pra virar geléia. Mas do zepelim gigante, Desceu o seu comandante, Dizendo:

- Mudei de idéia- Quando vi nesta cidade- Tanto horror e iniqüidade- Resolvi tudo explodir- Mas posso evitar o drama- Se aquela formosa dama- Esta noite me servir!
Essa dama era Geni, Mas não pode ser Geni, Ela é feita pra apanhar, Ela é boa de cuspir. Ela dá pra qualquer um, Maldita Geni!
Mas de fato, logo ela, Tão coitada e tão singela, Cativara o forasteiro. O guerreiro tão vistoso, Tão temido e poderoso, Era dela, prisioneiro.
Acontece que a donzela- e isso era segredo dela, Também tinha seus caprichos...
E a deitar com homem tão nobre, Tão cheirando a brilho e a cobre, Preferia amar com os bichos. Ao ouvir tal heresia, A cidade em romaria, Foi beijar a sua mão. O prefeito de joelhos, O bispo de olhos vermelhos, E o banqueiro com um milhão:

- Vai com ele, vai Geni. Vai com ele, vai Geni. Você pode nos salvar, Você vai nos redimir, Você dá pra qualquer um, Bendita Geni!

Foram tantos os pedidos, Tão sinceros, tão sentidos, Que ela dominou seu asco.
Nessa noite lancinante, Entregou-se a tal amante, Como quem dá-se ao carrasco.
Ele fez tanta sujeira, Lambuzou-se a noite inteira, Até ficar saciado. E nem bem amanhecia, Partiu numa nuvem fria com seu zepelim prateado...

Num suspiro aliviado, Ela se virou de lado, E tentou até sorrir. Mas logo raiou o dia, E a cidade em cantoria, Não deixou ela dormir:

- Joga pedra na Geni - Joga bosta na Geni - Ela é feita pra apanhar, - Ela é boa de cuspir - Ela dá pra qualquer um, Maldita Geni.


Chico Buarque/1977-1978Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque

Sou o que me convém ser...

Sou o que me convém ser...